domingo, 1 de abril de 2012

Poema urbano

A tela em minha janela
me empresta uma visão de mundo losangular
que combina com a geometria pétrea dos edifícios
e seus orifícios -
portas de acesso a um sem-número de universos particulares.

É de minha janela no décimo andar
que assisto às pessoas disputando espaços
com automóveis, imóveis, móveis,
com ruídos de ferro e de aço,
com o monstro por elas mesmas criado
e cujas células, unidades menores de sua vida,
são a mais pura expressão da morte.

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