Foi no saguão principal do hospital
que abriu-se em meu peito
um buraco fundo e escuro.
E foi rombo aberto a faca ou bala
ou qualquer outra coisa que o valha.
As palavras sendo disparadas
pela boca impiedosa,
cheia de dentes perfurocortantes como navalhas.
Meu coração sendo feito em pedaços,
mordido pela boca diabólica.
A perda é algo que acontece aos poucos
e torna até o mais santo dos homens
no mais inconsequente dos loucos.
O cair da ficha é também processo lento:
eterna oscilação entre o notar-se e o não notar-se.
Viver é escolher caminhos,
lançar-se à própria sorte,
e naquele dia, a vida escolheu o caminho que vai dar na morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário