domingo, 20 de maio de 2012

O canto dos passarinhos

Às quatro da manhã
ouvi, lá fora, o canto morno dos passarinhos
quebrando o gelo da noite escura
e anunciando a aurora prestes a chegar.

O sol nasceu, o dia raiou,
o tempo passou, depressa e ao mesmo tempo devagar.
O tempo passou a passo de tartaruga
e trotou sobre as costas do sol,
na velocidade da luz.

Os ponteiros do relógio marcaram dezessete horas,
e eu ali sentado num banco de praça,
assombrado pelos fantasmas das vidas
que podia ter vivido e não vivi.

Choveu uma chuvinha fina
e me senti nas nuvens:
parecia que o céu tinha baixado na terra.

Quis ouvir mais uma vez o canto dos passarinhos,
mas não pude nem quis esperar até as quatro da manhã.

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